A Importância da Música na Infância
A ludopsicopedagogia, segundo a professora Maria Salete Corrêa Carvalho consiste na análise da criança através dos seus brinquedos, uma vez que a criança desloca para o exterior seus medos e ansiedades. No brincar, a criança descobre seus limites, potencialidades e individualidade. A brincadeira desempenha uma função vital para a criança. Embora pouco explorada, a “Ludopsicopedagogia-musical” condensa dois pontos de apoio à intervenção: o lúdico, que fornece informações do indivíduo através dos elementos do brincar; e da música, que proporciona a realização de um trabalho direcionado e caracterizado para aplicação específica.
As atividades com música da liberdade para que as crianças se conheçam melhor, amplifica sua noção de esquema corporal e também permitem a comunicação com o outro. Carvalho (2008) aput Weigel (1988), Pansini (2006) e Barreto (2000) afirmam que estas atividades podem contribuir de maneira indelével como reforço no desenvolvimento cognitivo, psicomotor e sócio afetivo da criança, da forma descrita a seguir:
Desenvolvimento Cognitivo: a fonte de conhecimento da criança é o conjunto de situações que ela tem oportunidade de experimentar em seu dia-a-dia. Dessa forma, quanto maior a riqueza de estímulos que ela receber melhor será seu desenvolvimento intelectual. Nesse sentido, as experiências rítmico-musicais, que permitem uma participação ativa (vendo, ouvindo, tocando) favorecem o desenvolvimento dos sentidos das crianças. Ao trabalhar com os sons ela desenvolve sua acuidade auditiva.
Desenvolvimento Psicomotor: as atividades musicais oferecem inúmeras oportunidades para que a criança aprimore sua habilidade motora, aprenda a controlar seus músculos e mova-se com desenvoltura. O ritmo tem um papel importante na formação e equilíbrio do sistema nervoso. Isto porque toda expressão musical ativa age sobre a mente, favorecendo a descarga emocional, a reação motora e aliviando as tensões.
Departamento sócio afetivo: A criança aos poucos vai formando sua identidade, percebendo-se diferente dos outros e ao mesmo tempo buscando integrar-se no contexto em que vive. Nesse processo a autoestima e a auto realização desempenham um papel relevante. As atividades musicais coletivas, por exemplo, favorecerem o desenvolvimento da socialização, estimulando a compreensão, a participação e a cooperação.
A “Ludopsicopedagogia-musical”-, por suas características, torna-se extremamente adequada ao meio escolar, ao aprendizado fundamental, pois permite a avaliação do aluno, seu tratamento, a recomposição ou a manutenção de conceitos.
Segundo Chiareli & Barreto (2005) afirmam que crianças com deficiência intelectual geralmente reagem com a música, quando todas as tentativas falharam. A música é uma forma expressiva para o alívio da tensão emocional, ajuda a superar dificuldades de fala e de linguagem. A música pode ser usada para melhorar a coordenação motora nos casos de paralisia cerebral e distrofia muscular. Também facilita no controle de respiração e da dicção nos casos em que existe distúrbio da fala.
As atividades musicais realizadas na escola não visam à formação de músicos. Mas sim através da vivência e compreensão da linguagem musical, propiciar à abertura de canais sensoriais, facilitando a expressão de emoções, ampliando a cultura geral e contribuindo para a formação integral do ser.
Pesquisar a cultura musical em que a criança pertence, é o primeiro passo que o educador deverá seguir antes de iniciar um programa com atividades “ludopsicopedagógia-musical”, para depois, estimular atividades relacionadas com a descoberta e com a criação de novas formas de expressão através da música. Caberá ao professor, descobrir a beleza, a simplicidade e a grandiosidade de se trabalhar a linguagem musical.
Burrows (2000, P. 116), lista alguns dos benefícios que as crianças podem adquirir através das atividades lúdicas: valor de interesse e divertimento; descontração; cooperação; autoquestionamento; melhor memória; concentração.
Cada lição é diferente e cada professor ensina com seu estilo particular. Os professores devem experimentar e criar, para que cada aula se torne prazerosa e, através da qual também crescerem com os alunos.
“a música também pode ser usada como um recurso no aprendizado de diversas disciplinas”. (BURROWS, 2000).
Como professores, temos que tornar nossas aulas tão interessantes e divertidas quanto possível. As crianças necessitam de movimentos não apenas porque têm períodos de concentração muito curtos, mas também porque aprendem com o uso do corpo inteiro. Cada aula deve incluir pelo menos uma ou duas atividades das quais deveria ser um jogo ou uma brincadeira incluindo a música. O professor deve ser antes de tudo, um facilitador da aprendizagem.
Considerando este estudo da Carvalho (2008) percebemos o quão é importante à música, como ela é universal. Compreendemos que se a música for trabalhada em qualquer faixa etária, qualquer dificuldade, deficiência teremos alguma forma de retorno. Será bem gratificante o trabalho, porque teremos um bom desenvolvimento na criança que está inclusa nele.
Referências:
BARRETO, S de J (2000) Psicomotricidade: Educação e Reeducação. Blumenau Acadêmica.
CAMASITA. A.T. (2000). Artigo: Ludoterapia na abordagem Existencial. Rio de Janeiro: Jornal On-line Existencial.
CHATEAU, J. (1987). O Jogo e a Criança. São Paulo: Summus.
FREITAS, D. P. de. A Música na relação Psicoterapêutica-Paciente, Disponível em: www.pucrs.br Acesso em 21/01/2006.
OAKLANDER, V. (1980). Descobrindo Crianças: A Abordagem Gestálica com Crianças e Adolescentes. São Paulo:Summus.
PARISI, M. (2006). Música e Educação: Um Casamento que dá Certo. Disponível em: www.cerebromente.org.br. Acesso em 27/11/2006.
RIZZI, L & HAYDT, R. C. (2004). Atividades Lúdicas na Educação da Criança. São Paulo: Ática.
VYGOTSKY, L. S. (1996) A Formação Social da Mente. São Paulo: Martin Fontes.
WEIGEL, A. M. G. (1988). Brincando de Música: Experiências com Sons, Ritmos, Música e Movimentos na Pré-Escola. Porto Alegre: Kuarup.
Maura e Thayná
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